Você escreveu em O desconcerto do mundo um dos livros mais belos e mais fortes de nossas letras. Ele precisa ser traduzido para todas as línguas, a fim de mostrar lá fora que nós também somos dignos do Prêmio Nobel.
Manuel Bandeira
O título sugere uma obra de combate, mas este livro é antes uma meditação conduzida na companhia dos artistas que gemem sob o peso da vocação e queixam-se do mundo.
Compõe-se de três ensaios: no primeiro, que dá à obra o título colhido na Lírica de Camões, Corção procura desvendar em que consiste o desconcerto de que tanto se queixa o poeta, e tenta fazer um paralelo entre a experiência poética e a mística, valendo-se principalmente da poesia de Camões.
No segundo ensaio vêm diversos estudos de alguns aspectos das obras de Machado de Assis e Eça de Queirós, merecendo especial atenção a interpretação dada para o pessimismo e ceticismo de Machado.
No terceiro, são os pintores que comparecem com seus problemas; o autor apresenta a sucessão de escolas, correntes, buscas, tentativas, como uma sucessão de manifestações que se completam e como uma Exposição Universal que se prepara para o dia do Juízo Final.
Debaixo da diversidade de assuntos o leitor encontrará a unidade do problema central, que é a pungente interrogação que todos os artistas de todos os tempos põem em suas obras, cada um com seus recursos, e que Gauguin explicitou:
De onde viemos? O que somos? Para onde vamos? .
O Autor:
Gustavo Corção nasceu em 17 de dezembro de 1896 no Rio de Janeiro. Fez o curso de Engenharia na antiga Escola Politécnica do Rio de Janeiro, posteriormente lecionou eletrônica aplicada às telecomunicações, trabalhou em astronomia de campo, em serviço de força e luz, em radiocomunicações e em atividades industriais até 1948. Casou-se em 1924, ficou viúvo e casou-se novamente em 1937. Converteu-se à Igreja Católica em 1939 e publicou seu primeiro livro, A descoberta do outro, em 1944 (Agir). Foi diretor da revista A Ordem e do Centro Dom Vital, do Rio de Janeiro, e colaborador semanal de O Estado de São Paulo, do Diário de Notícias do Rio de Janeiro, do Correio do Povo de Porto Alegre e de O Globo do Rio de Janeiro. Corção morreu em 6 de julho de 1978 tendo publicado também os seguintes livros: Três alqueires e uma vaca (Agir, 1946), Lições de abismo (Agir, 1950), As fronteiras da técnica (Agir, 1954), Dez anos (Agir, 1956), Claro escuro (Agir, 1958), Machado de Assis (Agir, 1959), Patriotismo e nacionalismo (Presença, 1960), O desconcerto do mundo (Agir, 1965), Dois amores duas cidades (Agir, 1967), Progresso e progressismo (Agir, 1970) e O século do nada (Record, 1973).
Nas Lições de abismo como também na Descoberta do outro não vejo concessões. O que vejo é uma extraordinária e lúcida natureza de criador, ou melhor, de restituidor, pois que arte é restituição. Depois de Machado de Assis aparece agora um mestre do romance brasileiro.
Oswald de Andrade
Ficha Técnica:
ISBN: 9788595070417
Editora: Vide Editorial
Dimensões: 16.00 x 23.00 cm
Idioma: Português
Páginas: 220
Edição: 1
Encadernação: Brochura